sábado, 5 de setembro de 2009

De repente 30


É vespera de feriado nacional, todos da minha casa viajaram. Eu fiquei, porque tenho prova do DETRAN na próxima terça-feira.
Eu liguei a TV depois de um dia inteiro de tédio e ressaca, e tava passando um filme que adoro rever várias vezes. De Repente 30. Adoro esse filme, me faz refletir, pensar tantas coisas e eu sempre encho os olhos de lágrimas, acho que na situação que me encontrava, choraria por qualquer coisa. Esse filme me faz recordar de como as coisas já foram um dia, de tudo que senti um dia, dos amigos que tive e não tenho mais, a minha adolescência, meus medos, minha ansiedade, minhas paixões, as coisas que gostava de fazer, minha boy band predileta...
É incrível como tudo mudou, nada é mais como antes, minha mãe não me faz mais omelete em formato de meia lua, eu não uso mais a minha mochila jeans cheia de buttons das bandas que gostava, não tenho mais o mesmo cabelo, o mesmo peso, a mesma altura, raramente calço all star, o meu paquera não mora na esquina da minha rua, eu não tenho mais que pedir pra sair de casa... eu tenho tanta saudade, tanta, que se pudesse voltaria aos meus 13 anos também, como no filme.
Minha vida tomou um rumo diferente, não completamente diferente do que eu imaginava, mas eu não reconheço mais a pessoa que eu sou, não posso comparar com a pessoa que eu fui. São opostas, completamente. Os meus desejos são outros, me acho egoísta, as vezes só penso em mim mesma, estou quase sempre jogando na defensiva, não confio facilmente, eu não sou mais ingênua.
Acho que minha cabeça mudou, totalmente, eu diria... eu não sei se foi melhor assim, eu não sei dizer. Eu não consigo mais amar ninguém, eu não me imagino mais sentir o mesmo frio na barriga que senti por ninguém, a não ser que seja por vergonha ou timidez, ta ai, uma coisa que nunca fui: tímida. Eu disse “amar”, eu ainda sou capaz de gostar das pessoas, ainda bem que ainda existem pessoas que merecem minha confiança, minha preocupação, minha dedicação. Acho que esses são minha família e meus amigos.
Acho que já não posso mais cuidar de mim mesma, eu já não posso responder por mim, quando eu deveria fazer isso, mas nos últimos tempos, fiz coisas que não sei explicar por que e talvez eu não as teria feito se me reconhecesse como a antiga Thuany que eu sempre conheci e não sei por que, mas algo me diz que as pessoas gostavam mais da outra. Acho que a outra era mais autentica, mais determinada, e apesar da idade que tinha, sabia exatamente o que queria, e eu? Com a idade que tenho hoje, mal sei escolher o que vestir, quanto mais saber o que quero, pra vida, pra profissão, se vou me casar ou não, se terei filhos, se deixarei alguém se aproximar de mim.
Me sinto cansada, acho que sempre sobro sozinha com meus sentimentos todos nas mãos, não sei, mas é sempre essa imagem que tenho...
Desculpem, eu ia falar sobre o filme. Vejam-o. Bom futuro a todos.

4 comentários:

Unknown disse...

Mdar faz parte, somos metamorfoses ambulantes como diria Raul, a mudança nem sempre é boa, mas ao percebe-la nos questionamos sua indole. Acredito que sua autencidade não tenha mudado, mesmo não tendo te conhecido na epoca que vc se considerava mais autentica. Ainda sim autencidade tem varias vertentes, e a duvida mesmo do que vestir não é algo tão sobrenatural, na realidade a duvida mostra que nossa opções aumentaram e que assim você tem se propiciado a ter diferentes opções e como qual quer ser humano você vai querer a melhor. Voltar no tempo ainda não tem como, mas com ele você pode aprender e revolucionar seu futuro.
Ba tche guria, num fica tripreocupada não.
beijokas
amo-te

Distantes Sonâmbulos. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Distantes Sonâmbulos. disse...

humm gostava da mochila e do tenis, pra mim vc ainda é motivo de saudade mesmo hj... Meus 30 tão chegando e se não fosse você o saudo seria bem negativo.

Distantes Sonâmbulos. disse...

Nunca mais meu pai falou: "She's leaving home"
E meteu o pé na estrada, "Like a Rolling Stone..."
Nunca mais eu convidei minha menina
Para correr no meu carro...(loucura, chiclete e som)
Nunca mais você saiu a rua em grupo reunido
O dedo em V, cabelo ao vento, amor e flor, quero cartaz

No presente a mente, o corpo é diferente
E o passado é uma roupa que não nos serve mais
No presente a mente, o corpo é diferente
E o passado é uma roupa que não nos serve mais.
Queria ser como essa letra do Belchior, mas o passado ainda é muito presente.