quinta-feira, 26 de março de 2009

Hegel ESCRAVOCRATA


Li algumas coisas ultimamente sobre Hegel, e sinceramente, tomei uma outra visão.
Hegel escrevia então em suas pretenções sobre filosofia da Historia, que os povos negros “são incapazes de se desenvolver e de receber uma educação”. Acontece, entretanto que exatamente na época em que o filosofo germânico escrevia estas linhas, os europeus “empreenderam a exploração real, moderna e cientifica da África e começavam assim a lançar os fundamentos de uma avaliação racional da História e das realizações das sociedades africanas.
Será que a submissão cultural de um povo mais fraco a outro mais forte, mais astuto, faz desse povo incapaz? Bem, acho que não é bem por ai. Não podemos deixar de destacar a forte influencia dos povos africanos em culturas latino amricanas [principalmente]. Todo esse sistema de colonização do século XV ao XIX, desencandeia uma ordem de fatos sociais que fazem desses povos colonizados, povos nessa ocasião mais fracos. Veja só, os africanos foram colonizados pelos europeus, em todos os aspectos, culturais, políticos, lingüísticos, religiosos, sociais, mas, ao colonizar a América Latina, os europeus fizeram dos povos negros da África mão de obra, fizeram-nos escravos. E em relação aos latinos americanos? Acha mesmo que a cultura deles é assim tão fraca e tímida? Bem, é de se notar que não, está ai a miscegenação das culturas, estão ai na boca do povo expressões genuinamente africanas, hábitos oriundos dos povos negros, costumes, religiões. O que não ocorre hoje, mesmo com a escravidão abolida, é a proteção efetiva dos direitos desses povos. E o que pode ser feito? As medidas governamentais internacionais tem-se tornado tão efetivas? Háháhá, só estão tentando consertar o estrago que eles mesmos fizeram. Nada mais, o que não leva ao julgamento de uma cultura pelo fato histórico que a marcou. A colonização, escravização dos negros não faz deles um povo “incapaz, subdesenvolvido” como diz Hegel, mas sim, a conseqüência desse ato inpenssado, dos primórdios do capital e seu regime, do lucro acima de tudo e da falta de consideração do ser, mas sim do ter.

[Musicalidade: Nenhuma..
Imagem: Quem poderia ser? HEGEL
Sentimento de hoje: Pode ser pessoal? CANSAÇO!]

domingo, 15 de março de 2009

Latrocínio: eis a questão


Latrocínio é avaliado como crime contra o patrimônio, mas é um ilícito que também atenta à vida. O que é mais valorizado? A vida humana ou o patrimônio?
Conduta típica com maior pena cominada no Código Penal Brasileiro, 20 a 30 anos, contando que 30 anos é o máximo de pena que alguém pode ficar preso, segundo a Constituição Federal em algum daqueles incisos despretenciosos do art 5°, segundo a carta magna, ninguém pode passar mais que 30 anos de privação de liberdade.
A tipicidade do latrocínio é verificada na conduta de matar alguém para obter patrimônio alheio, pois bem, imagine a situação de um indivíduo que tenta furtar, faz ameaças e agressões como meio de diminuir a resistência da vitima, para então subtrair coisa alheia móvel. Se em uma dessas agressões o agente empurra a vítima e esta cai e bate com a cabeça, ocorrendo-lhe traumatismo craniano, causando-lhe morte? E ai Zé? Tu acha que acontece o que com o infeliz? Veja bem que o agente agiu sem intenção de matar, não há presente o dolo, mas a culpa.
Pois meus caros, no Direito Penal brasileiro, ainda assim ele seria enquadrado no art 157, ou seja, latrocínio e não em tentativa de furto qualificado, já que houve resultado diverso do pretendido, absurdo né? Isso no mínimo deveria servir como reflexão, eu pensaria “trocentas” vezes antes de tentar furtar alguém, mas, a maioria da população nem sabe o que é Código Penal, e a prática do furto, muitas vezes é conseqüência de uma necessidade, e a necessidade é conseqüência do descaso do Estado, da falta de interesse do Poder Público de prover no mínimo as garantias constitucionais descritas na mesma porr* do artigo 5° da Constituição Federal.
A lei penal brasileira não distingue no caso do latrocínio se o agente teve ou não intenção de matar, se o agente agiu com dolo ou com culpa. Então temos um confronto de dois bens tutelados: o patrimônio e a vida humana. Qual deles é mais valorizado?
Importante destacar que a pena mínima para tal crime é 20 anos e a máxima 30, é um crime hediondo, com morte humana que não vai a juri popular, não é considerado tão somente crime que atente a vida. Será que isso ta certo? [eu e minha mania de especular se ta certo ou não]. Tal dosimetria de pena e qualificação de tipicidade atende ao princípio da proporcionalidade? É a pergunta que não quer calar.

[Musicalidade: Death of a disco dancer_ Smiths [nada a ver com o tema, eu tava escutando quando escrevi o texto
Imagem: Uma morte qualquer, mais uma entre muitas que é comparada com o patrimônio que se tem, e valorizada de acordo.
Sentimento de hoje: INDIGNAÇÃO!]

quarta-feira, 4 de março de 2009

Cristianismo e Darwin


Vaticano promove conferência sobre teoria de Darwin
Cientistas, filósofos e teólogos discutem compatibilidade do evolucionismo com ensinamentos católicos.

O Vaticano realiza nesta semana uma conferência de cinco dias marcar o 150º aniversário da publicação do livro "A Origem das Espécies", de Charles Darwin, publicado em 1859 e que traça as bases da teoria da evolução.

Esta é uma das duas conferências acadêmicas internacionais que estão sendo patrocinadas pelo Vaticano em 2009.

O objetivo das conferências é promover uma nova análise do trabalho de cientistas cujas ideias revolucionárias desafiaram as crenças religiosas, como o astrônomo Galileu Galilei e o biólogo britânico Charles Darwin.
Cientistas, filósofos e teólogos do mundo todo se reúnem na famosa Universidade Pontifícia Gregoriana de Roma para discutir a compatibilidade da teoria da evolução de Darwin com os ensinamentos católicos.

Dados publicados 03/03/09 BBC

Igrejas cristãs têm sido hostis à teoria de Darwin devido ao fato de ela entrar em conflito com a versão bíblica da criação do mundo.

Mas a Igreja Católica nunca condenou Darwin como condenou e silenciou Galileu Galilei. O papa João Paulo 2º, por exemplo, afirmava que a evolução era "mais do que uma hipótese".

Mas, mesmo recentemente, em 2006, o cardeal católico Christoff Schoenborn, de Viena, ex-estudante e amigo do papa Bento 16, gerou polêmica ao afirmar que a teoria da seleção natural de Darwin era incompatível com a fé cristã. E ontem, vi no "glorioso" [estou sendo irônica] Jornal Nacional, exibido na Rede Globo de Telecomunicações, uma notinha, notinha mesmo, beeeeeem pequenina, dizendo a respeito dos sinceros pedidos de desculpas do Senhor cardeal em evidência, afirmando que Darwin pode estar certo, [repare que ao dizer "pode" ele denota resistência ao admitir]. Que coisa não? E como será ter que admitir que existe vida extraterrestre?
Esperem só, não perdem por esperar, ou você acha mesmo que tava sozinho no universo todo, que não é infinito como se pensava, e que é você a única vida inteligente, que sabe que sabe que existe!?
Háháháhá... Deus tenha piedade de nós.

Encerro com trecho da letra da Legião Urbana:
"Senhor piedade, senhor piedade...
Dessa gente careta e covarde.
Vamos sentir piedade, senhor piedade um pouco de coragem".




"O design de organismos não é o que se esperaria de um engenheiro inteligente". "Defeitos, disfunções, esquisitices, desperdício e crueldade permeiam o mundo."
[Ayala]