quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Jesus é a nossa esperança


Já deixou de fazer alguma coisa por que receiava ser pecado?
Já deixou de pensar coisas insanas por que isso pode parecer impuro?
Já deixou de seguir seu caminho por medo da desaprovação de Deus? Da sociedade? Da religião? Dos seus pais?
O que você pensa que tem medo de contar?
O Deus cristão é oniciente. Onipresente.
E você por acaso leva uma vida santa?
Precisa da misericórdia de Deus?
Da aprovação de Deus? Da sociedade? Dos seus pais?
Existe um catálogo de erros. De desaprovação, que são chamados fato típico, ilícito penal.
Existe um catálogo religioso chamado “Dez mandamentos”.
Penso que os “Dez mandamentos” seria o necessário pra se conviver bem, é até questão de bom senso.
Dar a outra face pra bater é muito lindo. Pior que isso é desejar cometer um crime, é desejar as conseqüências do ilícito.
Nem tudo que é ilícito é crime. Matar nem sempre é, mas, tenha certeza, se não é crime na vida ‘civita’ é pecado pra religião.
E por que isso é imposto? Por que o Código Penal de qualquer Estado soberano é dotado de influencias religiosas? Por que atirar pelas costas é agravante? Isso não parece tão traiçoeiro? Não é tão “Judas”?
Já pensou nisso?
Por que o induto, benevolência condedida pelo Estado, ao detento com bom comportamento, é concedido justo na época do Natal?
Dizem que o Estado brasileiro, formado por três poderes independentes entre si é laico. Será mesmo? Laicidade é assim tão atuante no Brasil? Acredito que sim, tanto quanto na Índia e no Marrocos [ironia].
Por que existem feriados nacionais de cunhos religiosos? Opa, opa, opa... não me queixo dos feriados, mas sim da carga que eles carregam. Adoro um feriado, só de não precisar ir ao Fórum, visitar o segundo andar, cheio de presos, cheiro de naftalina e suor, tratamento completamente hostil, algemas... e dizem que existe e respeitam a Constituição Federal.
No texto da Carta Magna, diz assim: "Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil."
Invocação a Deus? Hãm? Alguém explica porque eu cansei bitcho.
Será mesmo que a religião, o culto, a crença, a fé publica e até “particular”, individual, é tão respeitada?
Por que não há no Brasil feriado budista? Eu sei, COLONIZAÇÃO.
Não vou adentrar ao mérito, eu só gosto de instigar pensamento. Meus conceitos são desabrochados para os demais que me parecem valer a pena. Escrevo como quem escreve um segredo, apesar de saber da existência de uma “liberdade de expressão”, Ohô.. até onde vai a liberdade de expressão minha gente? Isso é assunto pra outrora.
Mas então... desative-se, pense sem preconceituar, seja neutro e depois tome partido.

[Musicalidade: “Jesus alegria dos homens”_
Linda essa clássica de Bach
Imagem: Registrei voltando do Fórum, assim sem mais nem menos, esperando o sinal abrir, e pensando no rumo que tomarei, não por caminho, mas destino de vida, de pensamento, de crença, de fé, de conceito, de gosto e desgosto.
Bom futuro a todos.]

domingo, 25 de janeiro de 2009

Quando a bárbarie saí do gueto




É nos guetos que ocorre a maior parte dos crimes violentos. Quase sempre encontram o silêncio e a indiferença como respostas A BALBÚRDIA em torno da necessidade do rebaixamento da idade de responsabilidade penal e da revisão do tratamento dado aos adolescentes infratores não é novidade no Brasil. A busca da solução mágica na forma da lei e do discurso duro pedindo justiça tem sido a regra dos debates que sucedem crimes bárbaros, especialmente se cometidos fora dos guetos. Basta ver o Datafolha do último domingo, que mostra crescimento do apoio à pena de morte: 55% da população é a favor da medida. O maior percentual de apoio (64%) está entre os que têm rendimento familiar superior a dez salários mínimos mensais. E, no entanto, é nos guetos -favelas e bairros das periferias das metrópoles onde estão segregados os afrodescedentes e os pobres- que ocorre a maior parte dos crimes violentos e neles prevalecem as maiores taxas de homicídios de adolescentes e de jovens no mundo. Quase sempre essa violência encontra o silêncio e a indiferença como respostas. Quando uma barbaridade se abate sobre uma vítima fora dos guetos, porém, o choque de realidade segue implacável rotina. Após uma cacofonia de repúdio ao crime, governantes ostentam sua indignação e solidariedade com as famílias das vítimas, legisladores ameaçam votar projetos de lei a toque de caixa, passeatas clamam pela paz etc. Tanto barulho para nada. Com o tempo, o tema da segurança volta para baixo do tapete. Nas semanas após o crime bárbaro, muitas chacinas, algumas balas perdidas de revólver de policiais acertam casualmente uma moradora no gueto. Mal são notadas: compaixão e clamor só para vítimas de fora dos guetos. O debate aprofundado sobre a prevenção da violência é entediante demais, frio diante da tragédia. Já a retórica do sangue é ágil, combina docemente com a sede de vingança. No Carnaval das respostas fáceis, a escola da mão pesada ganha novos adeptos entre intelectuais que também babam sangue. Pregam penas de internação mais longas para crianças e adolescentes em conflito com a lei, condenando-os alegremente às sevícias e aos estupros que prevalecem nas instituições fechadas. Esquecem que o direito penal é a vertente mais discriminatória do direito, pois se abate quase que unicamente sobre os habitantes dos guetos. A pregação furiosa pelo endurecimento penal agrava a discriminação racial e social sem sequer arranhar a escalada da criminalidade. As mais de duas décadas de consolidação da democracia no Brasil foram acompanhadas de uma explosão sem precedentes da violência. A perversa associação entre o aumento da insegurança e o estabelecimento de um Estado democrático de Direito é utilizada no ataque aos supostos defensores dos "direitos dos bandidos". Falar de prevenção da violência e reforma da polícia (estrutura intocada desde a ditadura), apurar adequadamente crimes cometidos por agentes do Estado, assegurar plenamente o acesso à Justiça, mencionar eficiência e transparência ao divulgar informações sobre criminalidade e ação policial, proteção das vítimas etc. dá trabalho e rende pouquíssimo ibope. Por que lembrar (como fazem as 500 páginas, Estado por Estado, do 3º Relatório Nacional de Direitos Humanos, publicado pelo Núcleo de Estudos da Violência da USP) que a maioria dos homicídios no Brasil não é apurada e que a fácil obtenção de armas de fogo (referendada com apoio da escola da mão pesada) tem papel determinante na carnificina? Para que reconhecer que a larga maioria dos crimes cometidos por adolescentes não é violenta, que a maioria dos adolescentes e adultos detidos não tem processos julgados em prazos razoáveis? Por que lembrar que as prisões mesclam criminosos perigosos e primários? No ritmo contagiante do endurecimento penal, compensamos o sempre adiado espetáculo do crescimento econômico com o incomparável e espetacular crescimento na população carcerária. Entre 2000 e 2006, aumentamos em 72% o número total de presos. Temos em números absolutos e proporcionais a maior quantidade de presos da América Latina. Sem que a criminalidade diminua. Reduzir a idade da responsabilidade penal e garantir estadas mais prolongadas no sistema de detenção de crianças e adolescentes contribuirá para aprofundar ainda mais o ciclo de comprovada incompetência para proteger a população. Ocupar "manu militari" os guetos, deixando livres os chefes do crime, saciar a sede de vingança, torturando suspeitos, e encarcerar mais não trará paz. Ao contrário, alargará ainda mais a insegurança, engabelando a população até a próxima temporada de guerra (frouxa e incompetente) ao crime.

[Crédito textual:PAULO SÉRGIO PINHEIRO, 63, é expert independente do secretário-geral da ONU para a violência contra a criança. Publicou em 2006 o Relatório Mundial sobre Violência contra a Criança. Foi secretário de Estado dos Direitos Humanos do governo FHC. MARCELO DAHER, 29, é especialista em direitos humanos do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU (Genebra).
Imagem: Imagens de violência. Isso dói não?

Musicalidade
: La mansion Dieu_Legião Urbana]

sábado, 24 de janeiro de 2009

Agradável, agradável ociosidade...




Nada pra mim parece bom.
Um eterno desanimo.
Não acho graça em comédias.
Enquanto todos estão rindo... eu lamento por dentro
É um feitiço... fogos de artício explodem dentro de mim sem motivos.
Eu não corro quando chove
Poucas coisas me encomodam
Eu sigo outro calendário..
Calendário Maia
Eu quero muito e quando tenho perde a graça.
Eu me perco em desejos... e nem percebo as coordenadas.
Não encontro felicidade.
Uma eterna busca... incansável
E não sei onde quero chegar
Eu dou volta em todo mundo
E assim mesmo não conheço o mundo todo
Eu minto pra mim, me iludo.
Numa eterna decadência.
Isso é cinismo.
Eu quero mesmo é ficar só.
Sem ver a cara de ninguém.
Faço questão nenhuma.
E mesmo assim to cheia de dúvidas.
Nada me dislumbra.
Nada me interessa
Eu guardo segredos.
Eu escondo sentimentos.
Mas esqueço que escrevo, e transponho a dor.
Vontade de gritar! ARRRRRGH
Vontade de cortar a pele.
Vontade de dor carnal. Física.
Física nunca foi minha matéria preferida.
Eu não explico e não entendo os fenômenos
Uma ansiedade madrugal.
Um tormento, falta de esperança
Que maldade!
Um choque elétrico na cabeça.
Isso dói. E me parece tão bom.
Parece que vai ser amanhã...
Amanhã o último dia.
Revolução dentro de mim...
Eu não perdôo ninguém.
Não concedo anistia nem a mim mesma
Sempre alerta. Aterrorizada
Mistificada.
Ta sem sentido, eu sei
Mas quero meu pior inimigo muito bem.
A solidão.
Sempre boa companheira.
Agradável.. agradável ociosidade.

Thuany/jan/2008
[Musicalidade: Clarisse_Legião Urbana
P.s.: Essa música deveria chamar "Thuany"
Imagem: Ócio..ofício de quem não tem nada pra fazer e só pensar asneiras (Thuany, 2007)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

De que forma o direito internacional pode evitar a noção de soberania?


O Direito Internacional surge a partir da manifestação de vontade dos Estados, estabelecendo normas que devem ser observadas, que implicam na obediência.
Cada Estado é soberano dentro de seu território, este marca os limites da jurisdição. O Direito Internacional atua influentemente nas decisões que serão tomadas por aqueles Estados que se submeteram a obedecer às normas, criando mecanismos de controle da ação livre de cada Estado.
Elaborando regras, intervindo em decisões no cenário político, impondo e cobrando obediência às regras, o Direito Internacional limita a idéia clássica de soberania estatal.
Mas [abrindo apenas um parentese pra instigar a reflexão], será mesmo que no contexto atual, de guerras etnicas, por espaço, política, religião, o Direito Internacional intervém mesmo? E qual é o limite? O limite pra não ferir a soberania de cada Estado?
Veja bem, até quando é limiar o limite da intromissão? Até quando um país é completamente soberano? Acredito que nunca é completamente... quando isso acontecer, haverá apenas um país, um monopólio.
Sou a favor da paz, mas sou a favor da luta por interesses, ideais. Apesar de tomar partido nessa particular guerra, não tiro a razão de quem luta nela, mesmo não concordando com os motivos de um dos lados do "ringue".

Musicalidade: "O reggae_Legião Urbana"
Imagem: sei de quem não.. tava solta na net, sem dono, peguei emprestado.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Antropológica


Todo nó dá atitude
no Subreino dos metazoários

Filo dos cordados
Subfilo vertebrados
Classe dos mamíferos
Ordem dos primatas
Sub-ordem anthropoidea
Super-família hominoidea
Família Hominidae
Gênero Homem
Espécie Sapiens

Todo nó dá atitude
latitude vertebrável
pele cor de luminatas
Um primata só pirata
sem pretensão nesse mundo...

[Marconi Notaro_ Antropológica II]

Musicalidade: Antropológica, Marconi Notaro
Imagem: autor desconhecido, mas acredito que o título conveniente seria: " da água se veio a vida e ela evolui sempre"

[E ai? Vai dizer pro seu filho que vc mesma nasceu de uma costela?
Ou que ficou grávida porque engoliu uma semente de melância?
Hãm? Faça me um favor. Não o iluda com besteiras de papai Noel e nem que depois do arco-íris tem um mundo encantado].

sábado, 3 de janeiro de 2009

Gaza




"Se o chão abriu sob os seus pés
E a segurança sumiu da faixa
Se as peças estão todas soltas
E nada mais encaixa

Ô crianças, isso é só o fim, isso é só o fim

Algo que você não identifica
Insiste em lhe atormentar
Você implora por proteção
Não sabe como vai acabar

Ô crianças, isso é só o fim, isso é só o fim

Esse calor insuportável
Não abranda o frio da alma
A vida já não é tão segura
E nada mais lhe acalma

Ô crianças, isso é só o fim, isso é só o fim

Sempre acorda angustiado
E apressado você vai pra rua
Mas mesmo assim acordado
O pesadelo continua

Ô crianças, isso é só o fim, isso é só o fim
Ô crianças, isso é só o fim, isso é só o fim
Ô crianças, isso é só o fim, isso é só o fim "


Eu não sei o que dizer.. a respeito dos ataques.. meu coração não me deixa dizer nada, tá entalado na garganta, eu vômito sangue e derramo lágrimas.
"e se faço um sacrifício: que cresçam logo as crianças"¹
Não consigo desejar um ano bom, desejo só PAZ, isso basta.


[Musicalidade: É só o fim_Marcelo Nova]
[Imagens:Crianças protestam contra os ataques e mortes de crianças sobretudo, até ontem eram 37 crianças mortas, desde o começo dos ataques; Família morta depois de ter a casa como alvo, no sul de Israel; Pai enterra seu filho morto num ataque.
[obs¹: trecho de "o livro dos dias_Legião Urbana]