domingo, 19 de abril de 2009

CALÍGULA!


FANTÁSTICO, EXPLÊNDIDO, MARAVILHOSO, FABULOSO, INSTIGANTE, PERTUBADOR, PERFEITO!
Ontem, fui ao teatro na companhia da minha amiga ver Calígula, peça do intelectual francês Albert Camus, e sinceramente, saí surpreendida e pensando muito, a respeito de muitas coisas, principalmente em política e história, e nos políticos da história.
Fico me perguntando se o nosso querido prefeito dessa cidade do horizonte mais belo, que ali estava presente, pensou da mesma forma ou similar a mim. Será?
Pois bem,o espetáculo traz Thiago Lacerda na pele do imperador romano Gaius César Germanicus, o Calígula, que reinou entre os anos 37 e 41, ficando conhecido por sua natureza extravagante, louca e por vezes, cruel.
Soube que na verdade, a intenção do autor ao retratar um imperador louco era fazer uma alegoria do líder nazista Hitler, que na época em que a peça foi escrita, 1942, estava no comando de boa parte da França.
Dirigida pelo mineiro Gabriel Villela, a peça tem como ponto de partida um incesto, na verdade, a morte de Drusilla, irmã e amante de Calígula. A partir daí o imperador constata que os homens morrem e não são felizes, Calígula mata para preencher seu vazios, e vê na morte uma beleza, ele vive passando pela lucidez, a tristeza, o remorso até acabar na loucura.
Neste sentido, a peça aborda questões da felicidade, da liberdade e do poder. Trata-se de uma reflexão sobre o homem e aqueles que podem ser seus extremos, como a loucura, o absurdo, a tristeza, o desencanto e a ferocidade, que afloram nos personagens.Ao expectador atento, o texto sintetiza com eficácia outros traços da figura do imperador: a lucidez, a tristeza, uma envergonhada ternura, o remorso pelo amor perdido, a espantosa solidão e o desencanto, dos quais afloram a medida de uma grandeza humana que, por mais enlouquecida que seja, não pode deixar de nos maravilhar.
O texto sofreu algumas adaptações e ficou bem atual, até cômico em alguns momentos, muito culto e simplório, poético e cheio de floreios, sem pudor e semi-nu [Thiago Lacerda continua com uma barriguinha de tanquinho hahaha, não pude deixar de reparar a saúde do moço ¬¬], muitíssimo profissional, surpreendente, extravazado...
É com certeza uma das peças mais surpreendentes, instigantes que já vi, estou sem palavras, Calígula tem tudo no ponto certo: Emoção, comédia, romance, ação, conspiração, loucura e tudo, tudo isso por conta do amor, sempre ele.

Musicalidade: A da peça: Non je ne regrette rien_Cássia Eller
Foto: Divulgação
Sentimento de hoje: Mesmo tendo visto ontem, ainda estou maravilhada e pertubada...

Ficha Técnica:
Direção: Gabriel Villela
Elenco: Thiago Lacerda, Pascoal da Conceição, Magali Biff, Pedro Henrique Moutinho, Ando Camargo, Rodrigo Fregnan, Jorge Emil, entre outros
Cenários: J.C. Serroni
Figurinos: Maria do Carmo Soares

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